domingo, 6 de outubro de 2013

Diário de Bordo - A despedida de um Ícone

Olá pessoal!!! 
Estamos um pouco ausente daqui do Blog nas últimas semanas. Trabalho e faculdade andam tomando nosso tempo, mas na medida do possível a gente tenta trazer novidades do transporte de passageiros para você, leitor. 

O assunto do momento é a bem sucedida ideia da direção da Viação Cometa, que esse ano completa 65 anos. A empresa decidiu preservar e reformar o último Flecha Azul da sétima geração, de prefixo 7455, e colocou o modelo na estrada. Desde o dia 24 de agosto, o veículo vem fazendo viagens comemorativas. Ao todo, serão 65 rotas percorridas e nós tivemos a oportunidade de viajar no veículo restaurado e vamos contar detalhes da viagem feita entre Itajubá-MG e o Rio de Janeiro-RJ.  



Um pouco de história

Quem acompanha a história do transporte rodoviário de passageiros, sabe que a Viação Cometa tem uma das trajetórias mais interessantes e mais peculiares entre as tradicionais empresas que atuam na região sudeste e sul do país. 
A empresa foi fundada em 1948 pelo Major Tito Mascioli, oficial da aeronáutica italiana. Com o passar dos anos, foi crescendo e se destacando por investir e oferecer conforto aos passageiros. 
Em sua história, houve uma fase em que a Cometa consolidou uma grande parceria com a fabricante de carroçarias Ciferal e a montadora Scania. Dessa parceria, vários modelos fizeram parte da frota como o Papo Amarelo, Flecha de Prata, Jumbo B, Jumbo C, Jumbo G, Setebelo e Turbo Jumbo. Dessa parceria, o último modelo produzido pela Ciferal para compor a frota da Cometa foi o Dinossauro, lançado na segunda metade da década de 1970. 
No início da década seguinte, a Ciferal entrou em concordata e a Cometa decidiu fabricar os próprios ônibus. Em 1983 era anunciado o primeiro Flecha Azul na fábrica da Companhia Manufatureira Auxiliar (CMA).
A partir de 2002, sob nova administração, a empresa deu início a uma renovação radical, que incluiu toda a programação visual e frota com novas marcas de carroçarias e chassis. Sendo assim, o fim dos Flechas era iminente. 
Ao final de 2011, só havia restado 1 veículo. Foi justamente o 7455, o último da sétima geração (a CMA ainda havia fabricado dois modelos com chassi Scania K-124 em 1999 denominados Flecha Azul VIII, antes de iniciar a produção dos "Estrelões").



A restauração e o retorno
A mudança da gigantesca frota da Cometa foi gradativa. Por isso, muitos Flechas e Estrelões foram reformados. Receberam a nova identidade visual e o revestimento de couro deu lugar ao revestimento padrão Marcopolo até serem vendidos ao longo da década passada. 
Com o 7455, ocorreu o mesmo. Porém, ele foi o único Flecha que permaneceu na garagem da Vila Maria, na capital paulista. 

Há alguns meses, surgiram comentários nas redes sociais e sites especializados mencionando a reforma que seria feita no veículo, que voltaria com a pintura clássica e as poltronas vermelhas de couro, que fez tanto sucesso nas décadas de 80 e 90. Da mesma forma, surgiu a informação de que o ônibus reformado faria 65 viagens para comemorar o aniversário da empresa.

Apesar dos comentários, não havia nenhum posicionamento oficial a respeito até aparecerem as primeiras fotos da reforma feita na garagem de São Paulo-SP. Muitos saudosistas e admiradores do modelo, inclusive esse autor que vos escreve, ficaram animados ao perceber que pelo menos um exemplar do lendário veículo ficaria preservado no museu da empresa. 

A ideia partiu do atual presidente da Viação Cometa, Sr Carlos Otávio Antunes. Afinal, como comemorar os 65 anos de fundação de uma das empresas mais tradicionais do estado de São Paulo? Nada melhor do que resgatar sua história reformando um ônibus antigo e, dessa forma, dar a oportunidade para os seus clientes fazerem parte dessa festa realizando essas viagens. 
Na fase da reforma,
recebendo as novas poltronas.
Até o momento, constata-se, está sendo um tiro certeiro. O Flecha 7455 é atração em cada cidade em que visita. O sucesso é evidente. Em cada rodoviária, em cada trecho percorrido, todos querem fazer um registro, guardar uma lembrança consigo. Seja aquele passageiro que por tantas vezes viajou no veículo no passado ou os mais jovens que não tiveram essa oportunidade. 

Foi em uma manhã do dia 16 de agosto, através de sua página oficial no Facebook, que a Cometa anunciou o Flecha Azul LXV. O último Flecha VII produzido em 1998 pela CMA. O resultado ficou espetacular. 
Foi anunciada outra novidade: o carro estava escalado para fazer 65 viagens. Diferentes localidades foram previamente escolhidas para receber o clássico ônibus da Viação Cometa. A empresa disponibilizou um site especial com todas as informações sobre as comemorações do aniversário e detalhes do passo a passo da reforma realizada na sua garagem de São Paulo-SP. Um calendário com as datas os 65 destinos e seus respectivos horários foram disponibilizados. Cada local foi estrategicamente escolhido pela empresa, considerando quais teriam garagens que pudessem oferecer uma revisão adequada ao carro no final de cada viagem.
Desde o primeiro momento, eu não tive dúvidas de que eu deveria voltar a fazer pelo menos uma viagem no Flecha. Comecei a pesquisar as linhas que seriam mais acessíveis para mim: Lorena-São Paulo ou Lorena-Campinas. Ambas caíram em dia útil. Para mim seria impossível. Continuando a pesquisa, finalmente achei a Poços de Caldas-MG - Rio de Janeiro, que caiu em um sábado. Fiz contato com dois amigos, que também moram no sul de MG e são admiradores do Flecha, que é o Renan de Lana e o Thales Alexandre. O Renan aceitou fazer a viagem de imediato. Como o Thales já ia participar de outro evento no Rio, acabou não havendo compatibilidade de datas, o que o impossibilitou de nos acompanhar.

O carro

Externamente o veículo ficou muito bonito. Há elementos que foram trocados e/ou adicionados, na reforma realizada em SP. 
A mudança mais evidente ficou por conta das poltronas. O couro legítimo vermelho escuro, deu lugar ao couro sintético de mesma cor, porém em tom mais claro. Vale observar, que houve um erro de projeto com relação à disposição das 46 poltronas, deixando os bancos 01 a 04 com um desconfortável nível de aperto em relação à parede divisória. 
O assoalho da cabine e salão de passageiros foi totalmente refeito, recebendo novo acabamento. O painel de instrumentos do motorista foi trocado. Na parte inferior, foi instalada uma lâmpada de LED perto dos pedais de acelerador e freios, para facilitar a visualização do motorista em viagens noturnas.
O carro ganhou um porta-pacotes novo com luzes de leitura, indicadores de numeração de poltronas e saída do ar-condicionado. A propósito, muito eficiente o sistema de refrigeração da Thermo King.  
É justo reconhecer o excelente trabalho realizado pelo pessoal da oficina da garagem da Vila Maria. Foram vários meses de trabalho pesado na carroçaria e no chassi, motor e câmbio. Algumas peças foram minuciosamente reconstituídas. 
O conjunto óptico traseiro recebeu lâmpadas de LED, dando um aspecto mais moderno ao veículo.



A Viagem

Na manhã do dia 28 de setembro, sábado, saí de casa em Santa Rita do Sapucaí-MG às 11h15 rumo à rodoviária. Tentei embarcar no Gardenia que chegaria de Campinas rumo à Itajubá às 11h35, mas estava tendo troca de bilheteiro no guichê da empresa e o motorista não poderia tirar a passagem no carro, pois a cobradora não seguiria viagem com ele até Itajubá. Ok, coisas de Gardenia. Tive que esperar o carro de 12h00. Saímos da rodoviária 12h05 com destino à Itajubá. Viagem tranquila de 50 minutos, sem muitas paradas pelo caminho e sem atraso. 


Minha preocupação era se o Flecha iria se atrasar e se realmente seria escalado para fazer a linha, pois no dia anterior ele havia sofrido uma pane no câmbio na rodoviária Novo Rio, quando estava no sentido Poços de Caldas-MG. Ao chegar em Itajubá às 12h55, recebi uma mensagem em meu celular. Era o Thales Alexandre me informando que o 7455 havia passado por ele no trevo da estrada de Pedralva-MG junto com um G7 trucado, que estava fazendo horário extra. Ali já era questão de 15 minutos para ele chegar. 
Ao chegar na rodoviária de Itajubá, primeiramente fui reservar a minha passagem da volta no guichê da Pássaro Marron, que seria o trecho Piquete-SP - Itajubá, para o dia seguinte no último horário. Em seguida, encontrei o Renan e o Matheus Antônio, que já estavam aguardando a chegada do veículo. Lá também estava um senhor, que havia sido sorteado com uma miniatura do carro e estava esperando para fotografar o ônibus. 
Momento da chegada na rodoviária
de Itajubá-MG
Às 13h10, o 7455 surge na entrada do terminal. Imponente e com as cores tradicionais da antiga Viação Cometa, o veículo manobrou para encostar na plataforma. Quando o carro fez a Juiz de Fora-MG - São Paulo, eu tive oportunidade de fotografá-lo na rodoviária de Aparecida-SP e já havia ficado impressionado com o resultado da reforma que foi feita nele. Mas quando chega o momento de viajar nele, a sensação é diferente. Passa um filme pela sua cabeça e você começa a relembrar de alguns momentos da sua infância, das viagens feitas no passado, da fase em que eles dominavam a frota e marcavam as estradas brasileiras. 
Ao encostar na plataforma, o locutor da rodoviária faz a chamada de embarque: "Plataforma B1, Itajubá ao Rio de Janeiro horário das 13h00. Empresa Viação Cometa!!!"
Na cabine, o motorista Ricieri com o seu quepe, óculos aviador e o antigo uniforme na cor azul, lembrando as cores da aeronáutica. Junto com ele, o inspetor Figueiredo (quem dirigiu o veículo no dia anterior com destino à Poços). 
Nos poucos minutos em que o ônibus ficou encostado na plataforma, foi formado um grupo de pessoas com celulares nas mãos registrando aquele momento. Funcionários da Gardenia, Pássaro Marron e Santa Cruz, pessoas que apenas passavam por ali e paravam para registrar o carro, passageiros que esperavam outros ônibus para diferentes destinos. Não houve quem não parasse pelo menos para ver e admirar o carro. 
Preenchi minha passagem e entreguei ao Ricieri, que me chamou (pelo nome) me pedindo o documento de identidade. Entrei no carro, que já estava com passageiros que haviam embarcado em Poços, e ocupei a poltrona 03. 
Deixamos a rodoviária às 13h25. Logo ao sair, o Renan que estava ao meu lado (janela), havia me chamado atenção para reação das pessoas nas ruas de Itajubá. Pessoas nos pontos de comércio, na praça, nas esquinas, em carros... muitos paravam para olhar e fotografar.
Saímos de Itajubá pela BR-459 e pegamos 32km da MG-350 que vai de Itajubá até Delfim Moreira-MG, na divisa com o estado de SP. O carro apresentou um ótimo desempenho, já que o trecho teve boa parte feito em subida. No caminho, em pequenos pontos de vendas, as pessoas acenavam para o motorista, que devolvia a saudação com uma buzinada. O mesmo acontecendo com cada caminhão ou veículo de passeio que encontrava com a gente no sentido oposto. 
Motorista Ricieri no trecho de
Delfim Moreira-MG
Depois de um trecho percorrido em 35 minutos, fizemos nossa primeira parada, ainda em Delfim Moreira em um restaurante localizado à beira da BR-459 poucos metros depois da bifurcação com a MG-350. Pausa de meia hora para o almoço. Lá estavam, dois G6 que faziam a Rio - Poços. Ao chegar no local, outras pessoas fizeram questão de fotografar o veículo, entre eles, um senhor que estava de carro acompanhando o ônibus. O filho dele, que havia embarcado em Poços só para andar no Flecha, desembarcaria em Piquete-SP. 
Depois do almoço, todos voltaram para o carro. Apenas uma passageira com sua filha embarcou no veículo e foi até o Rio conosco. Figueiredo auxiliou o Ricieri conferindo os passageiros e seguimos viagem. 
Na primeira serra (Mantiqueira, depois teria a serra das Araras), foram 14km de descida no trecho de Piquete. A paisagem com vista para o Vale do Paraíba ajudaram a compor o belo cenário das primeiras horas de viagem. E mais uma vez, todo caminhoneiro que passava por nós, dava jogo de setas, acenava para o Ricieri. Depois de um hiato de 9 anos, um Flecha original voltava a passar por essa serra. Foi sensacional. 
Ao passar por Piquete, lembrei da época em que via sempre os Flechas passando por aqui, nessa mesma linha e subiam essa serra numa velocidade impressionante, quase que surreal, comparado a outros ônibus. 
Nossa próxima parada, foi em Lorena-SP, cidade em que morei e comecei a admirar o Flecha Azul. Na época em que estive lá, os carros da geração II eram fixos nas linhas de São Paulo e Campinas. Lembranças e mais lembranças.
Era o trecho final da BR-459, que faz entroncamento com a Dutra. Teve retas em que o ônibus atingiu facilmente 95km/h. Chegamos em Lorena sem atraso. Parada rápida apenas para desembarque/embarque. Na rodoviária, o amigo Charles Machado estava aguardando nossa chegada. A última vez, que um Flecha original havia passado por ali, foi em 2007. Renan e eu descemos rapidamente do carro para cumprimentá-lo e já seguimos viagem, logo em seguida.
Sempre na cabine, Figueiredo foi orientando o Ricieri nos caminhos e "atalhos" nas ruas de Lorena até a gente sair na Av. Peixoto de Castro para, finalmente, pegar a rodovia Presidente Dutra. 
Perto da divisa de Lorena com Canas-SP, no sentido RJ, pudemos conferir a fase final da construção da nova fábrica de ônibus da Comil. Além da estrutura gigantesca, a nova fábrica conta com um pátio com capacidade de comportar centenas de chassis e ônibus. 
Seguindo o itinerário, nossa próxima parada foi no novo restaurante da rede Graal: o Alemão. Localizado às margens da Dutra, na cidade de Queluz-SP, o local é privilegiado pela bela paisagem da região. Parada de 15 minutos para um lanche e mais sessões de fotos do Flecha. 
Enquanto tomávamos café, uma frase de um dos passageiros me chamou atenção: "Esse ônibus é a alma da empresa!!!" A frase foi dirigida ao Figueiredo. Nesse momento eu percebi como a ligação entre a empresa e o Flecha Azul foi marcado na vida das pessoas.
Depois que todos voltaram para o ônibus, uma funcionária do restaurante distribuiu doces aos passageiros a bordo. Um pequeno marketing do novo ponto de parada da Cometa. 
Saímos do Graal Alemão e seguimos viagem para Resende-RJ. Lá fizemos nossa última parada. Rápida, apenas desembarque. Nesse momento, me chamou atenção a atitude do Ricieri, que tirou o tapete com o logo "Cometa 65 anos" que estava no assoalho da cabine e colocou rente à porta para que os passageiros descessem do veículo. Claro, aqueles que desembarcaram saíram do carro com o sorriso de orelha a orelha. Logo após, seguimos para a capital carioca. Nesse momento, o inspetor Figueiredo sentou próximo a nós: Renan, um casal que estava vindo de Poços e que mora na baixada fluminense e um outro senhor que também estava na viagem só pra andar no veículo. 
Começamos a conversar sobre tudo. Figueiredo contou da fase em que ele entrou na Cometa em 1981. Era motorista da empresa e ficou 10 anos trabalhando na linha Rio de Janeiro - Poços de Caldas-MG. Lembramos de alguns acontecimentos ocorridos aqui na região e da época em que era mais perigoso viajar nas madrugadas, enfrentando estradas mal conservadas e os obstáculos da natureza, como fortes neblinas aqui na serra da Mantiqueira (trecho de Piquete). Hoje, Figueiredo é responsável pelo departamento que cuida do treinamento e reciclagem dos motoristas. Nos explicou como funciona o trabalho realizado por sua equipe e também as dificuldades que a empresa está enfrentando para encontrar motoristas qualificados no mercado. Há muitas vagas, principalmente no setor da baixada santista. O que falta é profissionais com tempo de experiência exigido. 

Foi uma troca de experiências, lembranças, curiosidades e informações que só acrescentaram conhecimentos nessa viagem. 

Devido às obras que estão estão sendo feitas logo na entrada na capital carioca, atrasamos um pouco a nossa chegada ao terminal Novo Rio. Chegamos na rodoviária e eu fui o último a descer. Cumprimentei e agradeci ao Ricieri e ao Figueiredo pela viagem e pela atenção e paciência que eles tiveram conosco durante todo percurso. Foram mais de 400km em 6hs de viagem sem nenhum contratempo. Nos despedimos das pessoas que estavam no carro. Cada um seguiu seu caminho, mas dividiram aquele momento nostálgico com a gente.

Chegada na rodoviária
Novo Rio
Na plataforma de desembarque, mais admiração por parte das pessoas. Funcionários da Socicam, Expresso do Sul, Itapemirim e São Geraldo fotografaram e gravaram vídeos do Flecha com celular. 
Renan e eu aproveitamos para fazer um último registro do carro. Em seguida, o ônibus foi para a garagem da empresa e nós seguimos para o hotel. 

No domingo, eu precisava voltar mais cedo para Piquete. Na segunda-feira teria que trabalhar em Santa Rita. Já havia reservado minha passagem para Lorena, no Sampaio das 12h30 (Rio - Pindamonhangaba-SP). Saí cedo do hotel e dei uma passada no aterro do Flamengo e em seguida peguei o ônibus para a Novo Rio. Ao chegar na rodoviária, o 7455 estava dando embarque rumo à Campinas-SP, no horário das 10h00. Cheguei no saguão do piso superior da rodoviária, de onde é possível enxergar a plataforma da Cometa. Estava uma senhora observando atentamente o veículo parado na plataforma sendo alvo das câmeras de várias pessoas. Me aproximei da vidraça e comecei a olhar os funcionários abrindo a tampa do motor para fotos, enfim, a muvuca era grande. E essa senhora que estava ali olhando o ônibus, comenta: "É muito bonito esse ônibus né? Andei nele em 1980 daqui do Rio pra São Paulo. Era daquele jeito ali. Com o motorista com quepe, bem educados. Foi muito bom. Dá saudades daquele tempo."
Até então, eu pensava que essa admiração do Flecha Azul envolvia apenas os busólogos. Puro engano. Muitas pessoas que já viajaram no veículo ou pelo menos moram nas localidades atendidas pela Viação Cometa há mais de uma década, tem um sentimento de saudosismo. Isso ficou evidente em cada local por onde o ônibus passou. Comentando sobre o retorno do Flecha com a minha mãe, por exemplo, ela se lembrou da época em que trabalhava em Campinas-SP e viajava inúmeras vezes nos ônibus da Viação Cometa na linha de Lorena. Quem teve o privilégio de viajar nesse modelo, não esquece nunca. Fez e faz parte da vida, do cotidiano das pessoas. 




Observações
O trabalho de marketing realizado pela empresa é admirável, principalmente as ações feitas em torno das comemorações dos 65 anos da Cometa. A restauração do carro é um sucesso. O 7455 é o centro das atenções por onde passa e o nome da empresa, claro, fica em evidência. Foi uma excelente iniciativa do Sr Antunes (como já mencionado aqui) e que foi desenvolvida pelo departamento de marketing, de forma perfeita, utilizando uma ferramenta importante para qualquer empresa que queira divulgar os seus produtos: as redes sociais. Estão sabendo utilizar muito bem a página oficial do Facebook. É uma ferramenta que oferece agilidade na propagação de informações e que permite uma interação maior entre empresa e cliente. 
Quanto aos sorteios das miniaturas do Flecha em cada viagem, também foi uma ideia boa. Porém, seria mais interessante realizar os sorteios no final de cada viagem, em vez de fazer no início. Há linhas com várias seções e quem é sorteado, acaba não ganhando a miniatura por embarcar no meio do trajeto. 


Em resumo, a viagem foi sensacional!!! Pelo carro em si, pela conversa a bordo do veículo e pelas lembranças. 
Não há dúvidas de que há um elo inquebrável entre a Viação Cometa e o Flecha Azul. Não dá pra desassociar um elemento do outro, por mais que a tecnologia e a modernidade avance.


Pra quem tiver interesse em viajar no Flecha, até o dia 23 de outubro ele ainda estará na ativa. No site da Cometa ainda dá pra escolher um destino e reservar sua passagem. 
Boa viagem!!!


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sexta-feira, 19 de julho de 2013

"Novo ônibus da Itapemirim homenageia primeiros carros comprados na década de 1960"

Olá pessoal!!!
Hoje estamos fazendo uma publicação extra para mostrar à vocês mais um ônibus comemorativo da Viação Itapemirim. Dando continuidade às comemorações dos 60 anos de fundação, a empresa lançou essa semana mais um veículo com mais uma pintura clássica que fez parte de sua história. 
Abaixo, o texto informativo explicando mais essa novidade.


"Os clientes da Viação Itapemirim poderão, a partir desta semana, viajar em um ‘autêntico’ modelo de 1960, cuja pintura está sendo reproduzida num ônibus atual. 
A iniciativa, que faz parte do conjunto de ações em comemoração aos 60 anos da empresa, homenageia um modelo Mercedes-Benz O-321, nas cores azul e prata. São repetidas na lateral do ônibus as imagens do Pico Itabira, um dos principais pontos turísticos de Cachoeiro de Itapemirim, onde a empresa surgiu, e a figura do cão da raça galgo. 


O modelo fez parte dos primeiros carros da marca Mercedes adquiridos pela Itapemirim, logo que a empresa alemã começou a produzi-los em São Paulo, nos final da década de 1950. A Itapemirim adquiriu, de uma só vez, 30 ônibus, cuja entrega se revestiu de solenidade, no trajeto de São Paulo a Cachoeiro, passando por Rio de Janeiro, Niterói e Campos, com fotos e filmagens.


Do ponto de vista estratégico, várias foram as razões para a compra na época, segundo relata o fundador da Itapemirim, Camilo Cola, em sua autobigrafia 'A Estrada da Vida': “eram ônibus mais modernos, com design arrojado e movidos a motores 312, com bom desempenho no asfalto, que àquela altura já chegara a Campos”, conta. 

Este é o quinto modelo antigo reproduzido pela Itapemirim nas comemorações dos 60 anos da empresa. Já foram homenageados o Tribus; o Grassi nº 15 (de 1958); um O-326 (de 1966); e um leito Rodonave.


Este de agora está programado para rodar na linha São Paulo-Curitiba. As áreas Comercial e de Marketing da Itapemirim estão avaliando outras localidades no Brasil para que este e os demais modelos reproduzidos possam ser vistos e apreciados por fãs e ‘busólogos’ de todo o país."



O texto é do Assessor de Imprensa do Grupo Itapemirim, Sr Delamar da Cruz, a quem a equipe do Estação Regional agradece pela confiança depositada em nosso trabalho. 

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domingo, 14 de julho de 2013

Transpúblico 2013 - Chassis urbanos

Aoba! Beleza com vocês?? Espero que sim! Vamos para mais um texto do Estação Regional, blog que comemora números de leitores e admiradores!!! Sim pessoal, o feed back que nós estamos tendo de vocês está sendo incrível! Para se ter uma ideia, no mês passado tínhamos em torno de 140/145 fans e 600/700 visualizações por semana em fotos na fan page do Facebook. Hoje, com muito esforço, estamos com 178 fans e média de 2.500 visualizações por semana!!!! Fora que, neste blog, batemos mais de 15.000 views! Sim, é honroso ter estes números com o apoio de vocês, o que mostra que estamos no caminho certo, com conteúdo de qualidade!!

Na penúltima semana, houve um evento relacionado ao transporte coletivo na cidade de São Paulo, a Transpúblico 2013. O evento trazia novidades das principais fabricantes de chassis, encarroçadoras, utensílios para o transportes, sistemas eletrônico de frotas e etc.
A equipe do Estação Regional esteve presente no evento, e veio trazer as novidades deste evento. Vamos dividir este post em duas etapas principais: chassis e encarroçadoras. Hoje, falaremos um pouco dos chassis com bastante comparações em detalhes técnicos entre os produtos das fabricantes, e no próximo final de semana, das carroçarias.

Fui no último dia da Transpúblico e parecia bem vazia, porém, com bastante "atrações".


MICROS


Neste segmento, temos um mercado menor, mas não menos importante. No evento, a Volkswagen, Mercedes-Benz e Agrale mostraram seus produtos bem competitivos e prontos para disputar espaço.

O novo LO-916 e também, o novo produto da CAIO, o Foz.
  • Volkswagen: a montadora apresentou mais diversificação neste quesito, com seus chassis 5.150OD (150cv), 8.160OD (160cv) e 9.160OD. Os três modelos, usam sistema de emissões SCR, com motorização Cummins ISF e transmissão ZF.
  • Mercedes-Benz: vem somente com o LO916, com sistema SCR, motorização própria (MB) e transmissão ZF. Ela por sua vez, não tem chassis mais leves pois a Sprinter cumpre este papel bem até.
  • Agrale: neste segmento a Agrale domina bem, e para competir com a Volkswagen, sua principal concorrente do segmento, apresenta os chassis MA 8.7 (152cv) e MA 9.2.

Comparativos

                                Mercedes-Benz LO-916 || Volkswagen 9.160OD || Agrale MA 9.2
Motor                            MB OM-924 LA  (P-7)             Cummins ISF 160        Maxxforce 4.8
Cilíndros                            4, turbocooler                            4                           4           Potência Máxima                     156 cv                               160cv                    165cv
Torque                                    580Nm                              600Nm                   600Nm  
Transmissão                          ZF-S5-580                          ZF-S5-420              ZF-S5-580
Suspensão Dianteira         Molas Parabólicas       Molas Semi-Elípticas    Molas Parabólicas Suspensão Traseira          Molas Parabólicas       Molas Semi-Elípticas  Molas Semi-Elípticas

Nos opcionais, a Agrale disponibiliza suspensão pneumática e a Mercedes-Benz, Top Brake, Freio a Disco e Podest Avançado.



MIDIS




Nesta área, temos uma diversificação de toneladas, de 12 e 15. Chassis que são para cidades de pequeno e médio porte.


Vip III da empresa Peixoto em Niterói, encarroçado
em Volkswagen 15-190 OD, a opção que a montadora
sugere para os Midis.
  • Volkswagen: O 15-190 OD, chassi que vem com algumas modificações depois que a MAN assumiu a Volkswagen do Brasil.
  • Mercedes-Benz: A Mercedes tá com o OF-1219 e OF-1519, duas opções para os midis.
  • Agrale: Também apresenta duas opções de "chassis midis", o 12.0MA e o 15.0MA, para bater de frente com a Mercedes-Benz.

Comparativos

                                             Mercedes-Benz OF-1219 ||          Agrale 12.0MA
Motor                                       MB OM-924 LA  (P-7)               MWM Maxxforce 4.8
Cilíndros                                      4, turbocooler                                 4                         Potência Máxima                               185 cv                                    190cv                    

Torque                                              700Nm                                   720Nm                   
Transmissão                          Mercedes-Benz G 60 - 6                 Eaton FS 5406 A           
Suspensão Dianteira             Feixe de molas parabólicas             Molas Parabólicas   Suspensão Traseira              Feixe de molas parabólicas           Molas Semi-Elípticas

Abaixo, os chassis de 15 toneladas

                                    MB OF-1519      || Volkswagen 15-190OD ||   Agrale MA 15.0
Motor                       MB OM-924 LA  (P-7)                MAN D08             MWM Maxxforce 4.8
Cilíndros                       4, turbocooler                         4                                 4             Potência Máxima                185 cv                            186cv                          190cv

Torque                               700Nm                           700Nm                         720Nm  
Transmissão                      MB G 60                     ZF-6S-1010 BO             Eaton FS 5406 A
Suspensão Dianteira       Feixe de molas           Molas Semi-Elípticas       Molas Parabólicas Suspensão Traseira        Feixe de molas           Molas Semi-Elípticas   Molas Semi-Elípticas

De meados de 2010 este mercado vem crescendo bastante, sendo uma opção muito boa para cidades pequenas, onde não necessitam de grandes e nem tão pequenos. Vemos também que a Agrale vem com um pouquinho mais de força em seus carros que as concorrentes.


CONVENCIONAIS


O pau de toda obra, os dianteiros de 17 ton. As principais montadoras lançaram novos projetos para tentar abocanhar essa fatia do mercado que sempre foi dominada pela Mercedes-Benz. A Volvo e Scania apostaram em um chassi mais potente, a Volkswagen pela mesma configuração mas com motor novo e a Agrale lança sua cartada que vai dar dor de cabeça para os concorrentes!!!
O Vip III da F250 da Scania, de longe já mostra
robustez e força.
  • Volkswagen: Com o mesmo 17-230 OD e o 17-260 OD, porém, com algumas modificações - incluindo o motor - feitas pela MAN, que dá um horizonte promissor à Volkswagen.
  • Mercedes-Benz: Ninguém muda no time que está ganhando. A Mercedes aposta novamente no OF-1721. E para competir com os "brutos" da Scania e Volvo, põe em jogo o OF-1724 e OF-1730. Detalhe que o OF-1721 e OF-1724, tem opcional de suspensão a ar.
  • Agrale: Ela quer uma fatia deste mercado e lança o 17.0MA, que vai dar dor de cabeça para os concorrentes.
  • Scania: Promete o sucesso que teve com o F113 e F94, e apresenta para a briga o F250, chassi que mostra a robustez que a Scania sempre foi famosa.
  • Volvo: Com este chassi novato, o B270F já vendeu muitas unidades desde seu lançamento e vai com força para o sucesso.




Comparativos


                                Mercedes-Benz OF-1721 || VW 17.230OD ||   Agrale MA 17.0
Motor                            MB OM-924 LA  (P-7)            MAN D08         MWM Maxxforce 7.2
Cilíndros                            4, turbocooler                      4                           6                 Potência Máxima                      208 cv                         225cv                    225cv            
Torque                                    780Nm                        850Nm                   861Nm  
Transmissão              Mercedes-Benz G 85-6          ZF 6S 1010 BO        Eaton FS 6406 A
Suspensão Dianteira         Feixe de molas       Molas Semi-Elípticas    Molas Semi-Elípticas Suspensão Traseira          Feixe de molas       Molas Semi-Elípticas    Molas Semi-Elípticas

Mais chassis convencionais, agora no setor "intermediário".

                                Mercedes-Benz OF-1724L || VW 17.260OD ||  Scania F250HB
Motor                            MB OM-924 LA  (P-7)            MAN D08              DC09 109 250
Cilíndros                            6, turbocooler                      6                   5, intercooler       Potência Máxima                     238 cv                         256cv                    250cv

Torque                                    850Nm                        900Nm                  1150Nm   
Transmissão              Mercedes-Benz G 85-6          ZF 6S 1010 BO               G7 01
Suspensão Dianteira  Pneumático c/ 2 bolsões   Molas Semi-Elípticas           Mola               Suspensão Traseira   Pneumático c/ 4 bolsões   Molas Semi-Elípticas           Mola

Outros chassis convencionais, porém, os mais potentes.

O Mercedes-Benz OF-1730, que é o dianteiro mais potente
do mercado.

                                             Mercedes-Benz OF-1730   ||          Volvo B270F
Motor                                       MB OM-924 LA  (P-7)                   MWM 7B270 EUV
Cilíndros                                      6, turbocooler                          6, turbocooler             Potência Máxima                               305 cv                                    270cv                    
Torque                                             1200Nm                                   950Nm                   
Transmissão                                       ZF S6                               Eaton FSB 6406 B         Suspensão Dianteira             Feixe de molas parabólicas    Amortecedores de dupla ação   Suspensão Traseira              Feixe de molas parabólicas    Amortecedores de dupla ação


Taí um segmento bem vasto, com diversas potencias e tamanhos.

PADRONS


Nesta parte houve novidades na Mercedes-Benz e principalmente na Volkswagen, que apresentaram chassis mais leves com motorização traseira. A Scania não fica para trás e "evolui" o K230 para o K250 e o K270 para o K310. A montadora sueca trás o B290R, antigo B7R que tem foco em qualidade e durabilidade. Já a Agrale vem somente com um chassi leve o 15.0MT LE.

O chassi Padron híbrido da Volvo, o B210RH.
A montadora aposta no transporte limpo.
  • Mercedes-Benz: A estrela trás o campeão do segmento O-500M e O-500U, o OH-1519 e revive OH-1621L, com diversas modificações.
  • Volkswagen: Para competir com a Mercedes-Benz, lança o 15-230 OT LE, 17-280 OT e o 18-280 OT LE.
  • Agrale: Com os lançamentos de chassis mais leves de suas concorrentes, vem com o MT 15.0 Low Entry.
  • Scania: Vem com uma família boa para este segmento e vem com o K250 e K310. Todos os chassis tem a possibilidade de ser piso baixo e o K310 de vir trucado.
  • Volvo: Somente com o B290R e B290RLE, promete durabilidade.

Comparativos


                             Mercedes-Benz OH-1519 || VW 15.230OT LE ||    Agrale 15.0 LE
Motor                            MB OM-924 LA  (P-7)            MAN D08            MWM Maxxforce 4.8
Cilíndros                            4, turbocooler                      4                             4               Potência Máxima                     185 cv                         225cv                      190cv

Torque                                    700Nm                        850Nm                     720Nm   
Transmissão               Mercedes-Benz G 60-6          ZF 6AS 1010 BO          Alisson T-270
Suspensão Dianteira          Feixe de molas                Pneumática               Pneumática     Suspensão Traseira           Feixe de molas                Pneumática               Pneumática

Acima são os padrons mais leves, abaixo, os mais pesados.

                                             Mercedes-Benz OH-1621L   ||         Scania K250
Motor                                          MB OM-924 LA  (P-7)                   DC 09 109 250
Cilíndros                                                  4                                  5, turbocooler           Potência Máxima                                  208cv                                      250cv                
Torque                                                 780Nm                                   1150Nm               Transmissão                                      MB G 85-6                             ZF 6AP1200B             Suspensão Dianteira                         Pneumática                              Pneumática             Suspensão Traseira                          Pneumática                              Pneumática


Agora os mais potentes em piso baixo:


O Mercedes-Benz O-500U Euro V da empresa
CS Brasil

                                 Mercedes-Benz O-500U || VW 17.280OT LE ||    Volvo B290RLE
Motor                            MB OM-926 LA  (P-7)               MAN D08               Volvo D7E 290
Cilíndros                            6, turbocooler                         6                    6, intercooler         Potência Máxima                      256cv                            277cv                       290cv

Torque                                    900Nm                          1050Nm                    1200Nm   
Transmissão               Mercedes-Benz G 85-6**         ZF 6S 1010 BO*        Voith Diwa 864.5
Suspensão Dianteira             Pneumática                    Pneumática              Pneumática Suspensão Traseira              Pneumática                    Pneumática               Pneumática

* Opcional V-Tronic ou Automatizado
**Opcional automátizado em ZF ou Voith

Lembrando que os chassis acima têm a mesma configuração quando é piso normal. A Mercedes-Benz o nome muda para O-500M, a Volvo para B290R e o Volkswagen para 18.280OT. Porém, no caso da Volkswagen, o 18.280OT a transmissão muda para ZF 6AP 1200 (Ecolife).

ARTICULADOS


Temos opções das quatro principais encarroçadoras, com os mesmos produtos, porém, com pequenas modificações. Já a Volkswagen/MAN, apresenta seu novo competidor!

Um dos mais recentes chassis da VW, o 26-330OTA.

  • Volkswagen: Apresenta o novo 26-330OTA, novo no mercado e que já teve unidades vendidas para o Recife.
  • Mercedes-Benz: Com ainda a plataforma O-500MA/UA, com as normas Euro V.
  • Scania: Com poucas modificações, vem com o K310 novamente.
  • Volvo: Quem tem, não tem problema. O antigo B12M, atual B340M vem de novo.



                                    VW 26.330OTA   || Mercedes-Benz O-500MA ||   Scania K310   ||      Volvo B340M

Motor                        Cummins ISL                      OM-457 LA                   DC9 110 310              Volvo DH12E

Cilíndros                            6                             6, turbocooler                        5                              6
Potência                         334cv                                354cv                           310cv                        340cv
Torque                         1450Nm                             1600Nm                       1550Nm                     1700Nm
Transmissão  ZF Ecolife 6AP 1700B                  ZF  6HP604*          ZF Ecolife 6AP 1700B   ZF Ecolife 6AP 1700B
Susp. Diant.               Pneumática                       Pneumática                  Pneumática                 Pneumática
Susp. Tras.                Pneumática                       Pneumática                  Pneumática                 Pneumática

*
O-500MA com Retarder.

Vemos que também há bastante diversidade no setor de traseiros.

Diferentemente dos outros blog, pessoal, mostrando mais a parte tecnica dos carros, comparando os produtos que foi apresentado na Transpúblico. Durante a semana, mostraremos os chassis no setor rodoviário, que tem muito a ser mostrado e principalmente, comparado, rs.

Espero que tenham gostado e curta, compartilhe e leia o Estação Regional!!!

domingo, 30 de junho de 2013

Airport Bus Service renova frota e realiza cerimônia em Aparecida-SP

Olá pessoal!!! Tudo certo??? Hoje vamos falar sobre a renovação de frota da Airport Bus Service (Serveng Transportes) e também do ato religioso que envolveu funcionários e proprietários da empresa. 

Quem acompanha a história do Grupo Serveng, sabe da estreita ligação que o seu fundador, Sr Pélerson Soares Penido, tinha com a cidade de Aparecida-SP e, principalmente, pela sua fé e devoção a Nossa Senhora. O fato de a Serveng Civilsan (empresa de engenharia civil do grupo) ter sido a responsável por fazer todo o trabalho de aterramento para a construção da Basílica nova, confirma essa teoria. E é essa fé, que o Sr Pélerson sempre fez questão de demonstrar através das empresas de transporte em que comandou. Foi assim na época da São Jorge e posteriormente com a Pássaro Marron, após a sua aquisição em 1977. A cada aquisição de veículos que era feita, sempre teve a tradicional apresentação, no pátio do Santuário, acompanhada de uma missa e bênção em cada ônibus no final da cerimônia. Houve uma época em que isso era bastante comum. Mas conforme o tempo foi passando, esse costume foi se perdendo. 

Ao fundo: Matheus Penido, Sr Salles,
Thiago Penido, Thadeu Marcondes Penido.
Em 2011, houve uma quebra de tabu. Com a crise da Busscar, o Grupo Serveng escolheu uma nova marca de carroçaria e adquiriu o modelo Century, da Irizar, para renovar a frota da Airport Bus Service (ABS). Depois de muitos anos, decidiram levar os veículos para Aparecida-SP para benzer. A cerimônia contou com a presença do, então, presidente do grupo Sr Pélerson, seu filho Thadeu e outros familiares. Talvez tenha sido a última aparição pública do fundador da Serveng. Ele viria a falecer meses depois. 

Grupo de funcionários e proprietários da empresa
posando para fotos  no final da cerimônia.
Passados 2 anos, veio mais uma renovação de frota. Dando continuidade à parceria com a encarroçadora de Botucatu-SP, a Serveng Transportes (ABS) adquiriu 13 novos ônibus do modelo Irizar i6. Os veículos chegaram na garagem da Pássaro Marron, em Guaratinguetá-SP, na sexta-feira dia 28/06. Neste sábado (29/06), aconteceu a bênção da nova frota da empresa. 
Por volta de 10h50 da manhã, os ônibus chegaram no pátio do Santuário em fila, por ordem de prefixo. O último carro, trazia os membros da família Penido. Enquanto eu tentava fotografar o carro, o amigo Charles Machado me chamou a atenção para a mensagem exibida no itinerário: "Dr Pélerson S. Penido - Saudades". E depois outro carro exibia a mensagem: "Dr Pélerson S. Penido - Gratidão". 

Conforme os carros iam chegando na tribuna Papa Bento XVI, os motoristas iam se organizando para perfilar os 13 ônibus no pátio. Logo após, funcionários e a família Penido dirigiram-se para dentro da Basílica para assistir a missa. Ao final da celebração todos voltaram para o pátio acompanhado de um padre. Posicionados em frente a um dos ônibus, o padre reuniu os donos da empresa e os funcionários e fez uma oração pedindo a proteção para os motoristas da empresa e em seguida jogou água benta em cada veículo, na parte interna e na parte externa sempre acompanhado pelo Thadeu e seus filhos. No final do ato religioso, o padre recebeu os cumprimentos e um pequeno presente do Thadeu. Logo em seguida, os membros da família Penido cumprimentaram cada um dos 13 motoristas e os 2 mecânicos da Serveng Transportes que estavam presentes no local. A cerimônia encerrou-se com uma seção de fotos de todos em frente aos ônibus no pátio. 

Apenas um dos ônibus seguiu imediatamente para São Paulo-SP, que era justamente o que transportava os Penido. Os outros 12 veículos seguiram em carreata pelas ruas de Aparecida-SP com destino à garagem da Pássaro Marron, em Guaratinguetá-SP. 
Com autorização do gerente da Serveng Transportes, Leandro Salles Barbosa, tivemos a oportunidade de andar e conferir de perto como ficou o novo Irizar i6 de prefixo 37313, que entrará em operação nos próximos dias na grande São Paulo-SP. 


Os novos Carros

Desde que a Busscar entrou em crise, o grupo Serveng estudava qual seria a marca de carrocerias que melhor se adequava às suas necessidades. A espanhola Irizar, que tem sua unidade brasileira localizada na cidade de Botucatu-SP, foi a escolhida. A parceria foi iniciada no primeiro semestre de 2011, quando foram adquiridas 10 unidades do modelo Century com chassi Mercedes-Benz O-500RS. Na época, criou-se uma grande expectativa se as empresas Pássaro Marron e Litorânea também receberiam os mesmos modelos de carroceria. Isso acabou não acontecendo, pois em agosto do mesmo ano, foi concretizada a venda das empresas ao Grupo Comporte pelo valor de 400 milhões de reais, segundo o Valor Econômico
Ao final daquele ano, a Serveng Transportes completava o lote de 20 unidades, com a aquisição de mais 10 ônibus da encarroçadora. 

Esse ano, o modelo Irizar i6 (que foi apresentado oficialmente na última Fetrans Rio) foi o escolhido. Até o momento, foram 13 unidades montadas sobre os chassis Mercedes-Benz O-500RS. 
Vamos direto aos detalhes...

Externamente a carroceria já chama a atenção pelo seu design e pela bela pintura da ABS. Os carros já tem os prefixos com novo critério adotado: número 37 (EMTU), 3º e 4º dígitos são números de sequência do lote e o 5º dígito é o ano de fabricação do veículo. 
Abaixo do nome "Internorte", ainda aparece o nome da Pássaro Marron. Isso acontece porque o contrato ainda está em vigor e tem uma série de burocracias que precisam ser cumpridas. O comprimento total da carroçaria é de 13,5m, segundo dados da própria ficha técnica do veículo localizada próxima à escada de acesso. 
Um dos novos Irizar i6 com o prefixo reformulado.

Os bagageiros são construídos em estrutura de alumínio com travamento pneumático das tampas. 
Os veículos são equipados com o ar-condicionado da Hispacold, empresa especializada em climatização de ônibus e que pertence ao Grupo Irizar. A renovação de ar é de 20 vezes o volume da carroçaria, atendendo as normas ANVISA e europeia. 

O salão de passageiros tem 42 poltronas do tipo convencional, que oferecem um espaço razoavelmente bom para o passageiro, considerando o comprimento do veículo e o tempo médio de viagem das linhas da empresa. A exemplo do que acontece nos Century's, cada fileira é composta por poltronas de revestimento de cores diferentes: vinho e azul. 
Em cada fileira, o passageiro tem à disposição uma mesinha para notebook. Na fileira da esquerda está localizada entre as poltronas 5,6 e 09,10 e na da direita 7,8 e 11,12. 
O passageiro ainda conta com dois monitores LCD: um localizado no meio do salão acoplado ao porta pacote do lado direito e outro monitor de 22" no teto frontal da cabine, onde também é indicado a temperatura ambiente, horário e o uso do WC ("ocupado"/"livre"). 
Salão de passageiros com 42 poltronas.
Em cada fileira, o revestimento é de uma cor diferente.

O salão conta com luz de leitura e indicadores numéricos de poltronas em LED e com iluminação fluorescente. 
A porta conta com abertura e fechamento elétrico. Através de um controle remoto, o motorista pode abrir e fechar a porta, quando esse estiver do lado de fora do veículo. A porta ainda conta com proteção do sistema pantográfico e sensor de segurança.
Como acontece desde os Vissta Buss de 1999, o grupo Serveng manteve a opção de escolher as paredes divisórias do modelo rebaixado. Isso facilita o fluxo de embarque e desembarque dos passageiros além de melhorar muito a visão para quem gosta de viajar nas poltronas 01 a 04. 
O eficiente sistema de isolamento acústico da carroçaria, oferece mais conforto ao passageiro. Durante o percurso em que tive a oportunidade de andar no carro, o ronco do motor não incomodou em nenhum momento. 

Na cabine, conforto é o que não falta ao motorista. O banco é da Isri com regulagem de altura e amortecimento pneumático e ainda tem o cinto de segurança de 3 pontos. No lado esquerdo, tem porta-luvas e porta-documentos e janela com vidro elétrico. O motorista ainda tem à sua disposição, um microfone para comunicação com os passageiros. 
Conforto para o motorista.

O painel de instrumentos da carroçaria conta com computador de bordo onde pode-se regular a temperatura do ar-condicionado, abertura e fechamento do vidro da janela e da porta, todo o controle de iluminação interna e externa, acionamento e controle dos faróis, regulagem do rádio/CD player/MP3, acionamento do microfone e outras funções. 
No lado direito do painel, há o rádio/CD player adaptado para MP3 e pen drive. O sistema de áudio permite que todo o salão de passageiros tenha acesso ao conteúdo do que está sendo executado pelo dispositivo. 

O chassi O-500RS tem o motor OM457LA Bluetec 5 de 6 cilindros, que atende a norma Proconve P-7. Tem o novo painel eletrônico de instrumentos com velocímetro e conta-giros, indicador de nível de combustível e indicador da pressão do ar na suspensão remodelados, facilitando a visualização do motorista. O painel ainda conta com diagnóstico onboard, que informa a situação geral do carro. 
O volante de quatro raios tem a coluna com regulagem de altura. 
A suspensão tem o sistema de regulagem de rebaixamento e elevação (ajoelhamento). Através do botão de controle localizado no painel, o motorista pode regular o nível do veículo de acordo com sua necessidade. 
E a empresa optou por escolher o modelo com piloto automático, mas sem retarder. 

Segundo o gerente da empresa, Leandro Salles, até o final do ano a empresa pretende adquirir mais 20 unidades do modelo i6 e 10 unidades do PB. E ainda está em estudos a aquisição do modelo Caio Millennium III, para as linhas de transporte urbano da ABS. 



Veículo 37323 chegando no pátio do Santuário para a bênção da frota.


Mesa para uso de notebook ou rápidas reuniões a bordo.


No teto da cabine, monitor LCD de 22" com indicador de temperatura e relógio.


No painel de instrumentos, o CD player com dispositivo para MP3 e pendrive.
Painel de instrumentos para controle de diversas funções da carroçaria. 

Carro 37363 no pátio da garagem da Pássaro Marron, em Guaratinguetá-SP.

Carro 37423 que exibia a mensagem: "Dr Pélerson S. Penido - Gratidão". 

Os novos veículos contam com piloto automático e sistema de controle de nível da suspensão.

Após o evento, 12 carros foram para a garagem da Pássaro Marron, para que os motoristas pudessem almoçar.


Nossos agradecimentos ao Leandro, que gentilmente nos convidou para ir até a garagem da Pássaro Marron para seção de fotos e ao seu pai, o Sr Salles, pela atenção que nos deu durante o evento no pátio do Santuário. 


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