Estamos um pouco ausente daqui do Blog nas últimas semanas. Trabalho e faculdade andam tomando nosso tempo, mas na medida do possível a gente tenta trazer novidades do transporte de passageiros para você, leitor.
O assunto do momento é a bem sucedida ideia da direção da Viação Cometa, que esse ano completa 65 anos. A empresa decidiu preservar e reformar o último Flecha Azul da sétima geração, de prefixo 7455, e colocou o modelo na estrada. Desde o dia 24 de agosto, o veículo vem fazendo viagens comemorativas. Ao todo, serão 65 rotas percorridas e nós tivemos a oportunidade de viajar no veículo restaurado e vamos contar detalhes da viagem feita entre Itajubá-MG e o Rio de Janeiro-RJ.
Um pouco de história
Quem acompanha a história do transporte rodoviário de passageiros, sabe que a Viação Cometa tem uma das trajetórias mais interessantes e mais peculiares entre as tradicionais empresas que atuam na região sudeste e sul do país.
A empresa foi fundada em 1948 pelo Major Tito Mascioli, oficial da aeronáutica italiana. Com o passar dos anos, foi crescendo e se destacando por investir e oferecer conforto aos passageiros.
Em sua história, houve uma fase em que a Cometa consolidou uma grande parceria com a fabricante de carroçarias Ciferal e a montadora Scania. Dessa parceria, vários modelos fizeram parte da frota como o Papo Amarelo, Flecha de Prata, Jumbo B, Jumbo C, Jumbo G, Setebelo e Turbo Jumbo. Dessa parceria, o último modelo produzido pela Ciferal para compor a frota da Cometa foi o Dinossauro, lançado na segunda metade da década de 1970.
No início da década seguinte, a Ciferal entrou em concordata e a Cometa decidiu fabricar os próprios ônibus. Em 1983 era anunciado o primeiro Flecha Azul na fábrica da Companhia Manufatureira Auxiliar (CMA).
A partir de 2002, sob nova administração, a empresa deu início a uma renovação radical, que incluiu toda a programação visual e frota com novas marcas de carroçarias e chassis. Sendo assim, o fim dos Flechas era iminente.
Ao final de 2011, só havia restado 1 veículo. Foi justamente o 7455, o último da sétima geração (a CMA ainda havia fabricado dois modelos com chassi Scania K-124 em 1999 denominados Flecha Azul VIII, antes de iniciar a produção dos "Estrelões").
A restauração e o retorno
A mudança da gigantesca frota da Cometa foi gradativa. Por isso, muitos Flechas e Estrelões foram reformados. Receberam a nova identidade visual e o revestimento de couro deu lugar ao revestimento padrão Marcopolo até serem vendidos ao longo da década passada.
Com o 7455, ocorreu o mesmo. Porém, ele foi o único Flecha que permaneceu na garagem da Vila Maria, na capital paulista.
Há alguns meses, surgiram comentários nas redes sociais e sites especializados mencionando a reforma que seria feita no veículo, que voltaria com a pintura clássica e as poltronas vermelhas de couro, que fez tanto sucesso nas décadas de 80 e 90. Da mesma forma, surgiu a informação de que o ônibus reformado faria 65 viagens para comemorar o aniversário da empresa.
Apesar dos comentários, não havia nenhum posicionamento oficial a respeito até aparecerem as primeiras fotos da reforma feita na garagem de São Paulo-SP. Muitos saudosistas e admiradores do modelo, inclusive esse autor que vos escreve, ficaram animados ao perceber que pelo menos um exemplar do lendário veículo ficaria preservado no museu da empresa.
A ideia partiu do atual presidente da Viação Cometa, Sr Carlos Otávio Antunes. Afinal, como comemorar os 65 anos de fundação de uma das empresas mais tradicionais do estado de São Paulo? Nada melhor do que resgatar sua história reformando um ônibus antigo e, dessa forma, dar a oportunidade para os seus clientes fazerem parte dessa festa realizando essas viagens.
Na fase da reforma, recebendo as novas poltronas. |
Até o momento, constata-se, está sendo um tiro certeiro. O Flecha 7455 é atração em cada cidade em que visita. O sucesso é evidente. Em cada rodoviária, em cada trecho percorrido, todos querem fazer um registro, guardar uma lembrança consigo. Seja aquele passageiro que por tantas vezes viajou no veículo no passado ou os mais jovens que não tiveram essa oportunidade.
Foi em uma manhã do dia 16 de agosto, através de sua página oficial no Facebook, que a Cometa anunciou o Flecha Azul LXV. O último Flecha VII produzido em 1998 pela CMA. O resultado ficou espetacular.
Foi anunciada outra novidade: o carro estava escalado para fazer 65 viagens. Diferentes localidades foram previamente escolhidas para receber o clássico ônibus da Viação Cometa. A empresa disponibilizou um site especial com todas as informações sobre as comemorações do aniversário e detalhes do passo a passo da reforma realizada na sua garagem de São Paulo-SP. Um calendário com as datas os 65 destinos e seus respectivos horários foram disponibilizados. Cada local foi estrategicamente escolhido pela empresa, considerando quais teriam garagens que pudessem oferecer uma revisão adequada ao carro no final de cada viagem.
Desde o primeiro momento, eu não tive dúvidas de que eu deveria voltar a fazer pelo menos uma viagem no Flecha. Comecei a pesquisar as linhas que seriam mais acessíveis para mim: Lorena-São Paulo ou Lorena-Campinas. Ambas caíram em dia útil. Para mim seria impossível. Continuando a pesquisa, finalmente achei a Poços de Caldas-MG - Rio de Janeiro, que caiu em um sábado. Fiz contato com dois amigos, que também moram no sul de MG e são admiradores do Flecha, que é o Renan de Lana e o Thales Alexandre. O Renan aceitou fazer a viagem de imediato. Como o Thales já ia participar de outro evento no Rio, acabou não havendo compatibilidade de datas, o que o impossibilitou de nos acompanhar.
O carro
Externamente o veículo ficou muito bonito. Há elementos que foram trocados e/ou adicionados, na reforma realizada em SP.
A mudança mais evidente ficou por conta das poltronas. O couro legítimo vermelho escuro, deu lugar ao couro sintético de mesma cor, porém em tom mais claro. Vale observar, que houve um erro de projeto com relação à disposição das 46 poltronas, deixando os bancos 01 a 04 com um desconfortável nível de aperto em relação à parede divisória.
O assoalho da cabine e salão de passageiros foi totalmente refeito, recebendo novo acabamento. O painel de instrumentos do motorista foi trocado. Na parte inferior, foi instalada uma lâmpada de LED perto dos pedais de acelerador e freios, para facilitar a visualização do motorista em viagens noturnas.
O carro ganhou um porta-pacotes novo com luzes de leitura, indicadores de numeração de poltronas e saída do ar-condicionado. A propósito, muito eficiente o sistema de refrigeração da Thermo King.
O conjunto óptico traseiro recebeu lâmpadas de LED, dando um aspecto mais moderno ao veículo.
A Viagem
Na manhã do dia 28 de setembro, sábado, saí de casa em Santa Rita do Sapucaí-MG às 11h15 rumo à rodoviária. Tentei embarcar no Gardenia que chegaria de Campinas rumo à Itajubá às 11h35, mas estava tendo troca de bilheteiro no guichê da empresa e o motorista não poderia tirar a passagem no carro, pois a cobradora não seguiria viagem com ele até Itajubá. Ok, coisas de Gardenia. Tive que esperar o carro de 12h00. Saímos da rodoviária 12h05 com destino à Itajubá. Viagem tranquila de 50 minutos, sem muitas paradas pelo caminho e sem atraso.
Minha preocupação era se o Flecha iria se atrasar e se realmente seria escalado para fazer a linha, pois no dia anterior ele havia sofrido uma pane no câmbio na rodoviária Novo Rio, quando estava no sentido Poços de Caldas-MG. Ao chegar em Itajubá às 12h55, recebi uma mensagem em meu celular. Era o Thales Alexandre me informando que o 7455 havia passado por ele no trevo da estrada de Pedralva-MG junto com um G7 trucado, que estava fazendo horário extra. Ali já era questão de 15 minutos para ele chegar.
Ao chegar na rodoviária de Itajubá, primeiramente fui reservar a minha passagem da volta no guichê da Pássaro Marron, que seria o trecho Piquete-SP - Itajubá, para o dia seguinte no último horário. Em seguida, encontrei o Renan e o Matheus Antônio, que já estavam aguardando a chegada do veículo. Lá também estava um senhor, que havia sido sorteado com uma miniatura do carro e estava esperando para fotografar o ônibus.
Momento da chegada na rodoviária de Itajubá-MG |
Ao encostar na plataforma, o locutor da rodoviária faz a chamada de embarque: "Plataforma B1, Itajubá ao Rio de Janeiro horário das 13h00. Empresa Viação Cometa!!!"
Na cabine, o motorista Ricieri com o seu quepe, óculos aviador e o antigo uniforme na cor azul, lembrando as cores da aeronáutica. Junto com ele, o inspetor Figueiredo (quem dirigiu o veículo no dia anterior com destino à Poços).
Nos poucos minutos em que o ônibus ficou encostado na plataforma, foi formado um grupo de pessoas com celulares nas mãos registrando aquele momento. Funcionários da Gardenia, Pássaro Marron e Santa Cruz, pessoas que apenas passavam por ali e paravam para registrar o carro, passageiros que esperavam outros ônibus para diferentes destinos. Não houve quem não parasse pelo menos para ver e admirar o carro.
Preenchi minha passagem e entreguei ao Ricieri, que me chamou (pelo nome) me pedindo o documento de identidade. Entrei no carro, que já estava com passageiros que haviam embarcado em Poços, e ocupei a poltrona 03.
Deixamos a rodoviária às 13h25. Logo ao sair, o Renan que estava ao meu lado (janela), havia me chamado atenção para reação das pessoas nas ruas de Itajubá. Pessoas nos pontos de comércio, na praça, nas esquinas, em carros... muitos paravam para olhar e fotografar.
Saímos de Itajubá pela BR-459 e pegamos 32km da MG-350 que vai de Itajubá até Delfim Moreira-MG, na divisa com o estado de SP. O carro apresentou um ótimo desempenho, já que o trecho teve boa parte feito em subida. No caminho, em pequenos pontos de vendas, as pessoas acenavam para o motorista, que devolvia a saudação com uma buzinada. O mesmo acontecendo com cada caminhão ou veículo de passeio que encontrava com a gente no sentido oposto.
Motorista Ricieri no trecho de Delfim Moreira-MG |
Depois do almoço, todos voltaram para o carro. Apenas uma passageira com sua filha embarcou no veículo e foi até o Rio conosco. Figueiredo auxiliou o Ricieri conferindo os passageiros e seguimos viagem.
Na primeira serra (Mantiqueira, depois teria a serra das Araras), foram 14km de descida no trecho de Piquete. A paisagem com vista para o Vale do Paraíba ajudaram a compor o belo cenário das primeiras horas de viagem. E mais uma vez, todo caminhoneiro que passava por nós, dava jogo de setas, acenava para o Ricieri. Depois de um hiato de 9 anos, um Flecha original voltava a passar por essa serra. Foi sensacional.
Ao passar por Piquete, lembrei da época em que via sempre os Flechas passando por aqui, nessa mesma linha e subiam essa serra numa velocidade impressionante, quase que surreal, comparado a outros ônibus.
Nossa próxima parada, foi em Lorena-SP, cidade em que morei e comecei a admirar o Flecha Azul. Na época em que estive lá, os carros da geração II eram fixos nas linhas de São Paulo e Campinas. Lembranças e mais lembranças.
Era o trecho final da BR-459, que faz entroncamento com a Dutra. Teve retas em que o ônibus atingiu facilmente 95km/h. Chegamos em Lorena sem atraso. Parada rápida apenas para desembarque/embarque. Na rodoviária, o amigo Charles Machado estava aguardando nossa chegada. A última vez, que um Flecha original havia passado por ali, foi em 2007. Renan e eu descemos rapidamente do carro para cumprimentá-lo e já seguimos viagem, logo em seguida.
Sempre na cabine, Figueiredo foi orientando o Ricieri nos caminhos e "atalhos" nas ruas de Lorena até a gente sair na Av. Peixoto de Castro para, finalmente, pegar a rodovia Presidente Dutra.
Perto da divisa de Lorena com Canas-SP, no sentido RJ, pudemos conferir a fase final da construção da nova fábrica de ônibus da Comil. Além da estrutura gigantesca, a nova fábrica conta com um pátio com capacidade de comportar centenas de chassis e ônibus.
Seguindo o itinerário, nossa próxima parada foi no novo restaurante da rede Graal: o Alemão. Localizado às margens da Dutra, na cidade de Queluz-SP, o local é privilegiado pela bela paisagem da região. Parada de 15 minutos para um lanche e mais sessões de fotos do Flecha.
Enquanto tomávamos café, uma frase de um dos passageiros me chamou atenção: "Esse ônibus é a alma da empresa!!!" A frase foi dirigida ao Figueiredo. Nesse momento eu percebi como a ligação entre a empresa e o Flecha Azul foi marcado na vida das pessoas.
Depois que todos voltaram para o ônibus, uma funcionária do restaurante distribuiu doces aos passageiros a bordo. Um pequeno marketing do novo ponto de parada da Cometa.
Saímos do Graal Alemão e seguimos viagem para Resende-RJ. Lá fizemos nossa última parada. Rápida, apenas desembarque. Nesse momento, me chamou atenção a atitude do Ricieri, que tirou o tapete com o logo "Cometa 65 anos" que estava no assoalho da cabine e colocou rente à porta para que os passageiros descessem do veículo. Claro, aqueles que desembarcaram saíram do carro com o sorriso de orelha a orelha. Logo após, seguimos para a capital carioca. Nesse momento, o inspetor Figueiredo sentou próximo a nós: Renan, um casal que estava vindo de Poços e que mora na baixada fluminense e um outro senhor que também estava na viagem só pra andar no veículo.
Começamos a conversar sobre tudo. Figueiredo contou da fase em que ele entrou na Cometa em 1981. Era motorista da empresa e ficou 10 anos trabalhando na linha Rio de Janeiro - Poços de Caldas-MG. Lembramos de alguns acontecimentos ocorridos aqui na região e da época em que era mais perigoso viajar nas madrugadas, enfrentando estradas mal conservadas e os obstáculos da natureza, como fortes neblinas aqui na serra da Mantiqueira (trecho de Piquete). Hoje, Figueiredo é responsável pelo departamento que cuida do treinamento e reciclagem dos motoristas. Nos explicou como funciona o trabalho realizado por sua equipe e também as dificuldades que a empresa está enfrentando para encontrar motoristas qualificados no mercado. Há muitas vagas, principalmente no setor da baixada santista. O que falta é profissionais com tempo de experiência exigido.
Foi uma troca de experiências, lembranças, curiosidades e informações que só acrescentaram conhecimentos nessa viagem.
Devido às obras que estão estão sendo feitas logo na entrada na capital carioca, atrasamos um pouco a nossa chegada ao terminal Novo Rio. Chegamos na rodoviária e eu fui o último a descer. Cumprimentei e agradeci ao Ricieri e ao Figueiredo pela viagem e pela atenção e paciência que eles tiveram conosco durante todo percurso. Foram mais de 400km em 6hs de viagem sem nenhum contratempo. Nos despedimos das pessoas que estavam no carro. Cada um seguiu seu caminho, mas dividiram aquele momento nostálgico com a gente.
Chegada na rodoviária Novo Rio |
Renan e eu aproveitamos para fazer um último registro do carro. Em seguida, o ônibus foi para a garagem da empresa e nós seguimos para o hotel.
No domingo, eu precisava voltar mais cedo para Piquete. Na segunda-feira teria que trabalhar em Santa Rita. Já havia reservado minha passagem para Lorena, no Sampaio das 12h30 (Rio - Pindamonhangaba-SP). Saí cedo do hotel e dei uma passada no aterro do Flamengo e em seguida peguei o ônibus para a Novo Rio. Ao chegar na rodoviária, o 7455 estava dando embarque rumo à Campinas-SP, no horário das 10h00. Cheguei no saguão do piso superior da rodoviária, de onde é possível enxergar a plataforma da Cometa. Estava uma senhora observando atentamente o veículo parado na plataforma sendo alvo das câmeras de várias pessoas. Me aproximei da vidraça e comecei a olhar os funcionários abrindo a tampa do motor para fotos, enfim, a muvuca era grande. E essa senhora que estava ali olhando o ônibus, comenta: "É muito bonito esse ônibus né? Andei nele em 1980 daqui do Rio pra São Paulo. Era daquele jeito ali. Com o motorista com quepe, bem educados. Foi muito bom. Dá saudades daquele tempo."
Até então, eu pensava que essa admiração do Flecha Azul envolvia apenas os busólogos. Puro engano. Muitas pessoas que já viajaram no veículo ou pelo menos moram nas localidades atendidas pela Viação Cometa há mais de uma década, tem um sentimento de saudosismo. Isso ficou evidente em cada local por onde o ônibus passou. Comentando sobre o retorno do Flecha com a minha mãe, por exemplo, ela se lembrou da época em que trabalhava em Campinas-SP e viajava inúmeras vezes nos ônibus da Viação Cometa na linha de Lorena. Quem teve o privilégio de viajar nesse modelo, não esquece nunca. Fez e faz parte da vida, do cotidiano das pessoas.
Observações
O trabalho de marketing realizado pela empresa é admirável, principalmente as ações feitas em torno das comemorações dos 65 anos da Cometa. A restauração do carro é um sucesso. O 7455 é o centro das atenções por onde passa e o nome da empresa, claro, fica em evidência. Foi uma excelente iniciativa do Sr Antunes (como já mencionado aqui) e que foi desenvolvida pelo departamento de marketing, de forma perfeita, utilizando uma ferramenta importante para qualquer empresa que queira divulgar os seus produtos: as redes sociais. Estão sabendo utilizar muito bem a página oficial do Facebook. É uma ferramenta que oferece agilidade na propagação de informações e que permite uma interação maior entre empresa e cliente.
Quanto aos sorteios das miniaturas do Flecha em cada viagem, também foi uma ideia boa. Porém, seria mais interessante realizar os sorteios no final de cada viagem, em vez de fazer no início. Há linhas com várias seções e quem é sorteado, acaba não ganhando a miniatura por embarcar no meio do trajeto.
Em resumo, a viagem foi sensacional!!! Pelo carro em si, pela conversa a bordo do veículo e pelas lembranças.
Não há dúvidas de que há um elo inquebrável entre a Viação Cometa e o Flecha Azul. Não dá pra desassociar um elemento do outro, por mais que a tecnologia e a modernidade avance.
Pra quem tiver interesse em viajar no Flecha, até o dia 23 de outubro ele ainda estará na ativa. No site da Cometa ainda dá pra escolher um destino e reservar sua passagem.
Boa viagem!!!
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