quinta-feira, 25 de abril de 2013

Leque provinciano - Marcelo Castro


Saudamentos. Não, você não errou de blog; eu, menos. Fui convocado a depor, digo, dar minha colaboração para a semana festiva do Estação. Tendo em vista que outros companheiros vêm falando, especificamente, dos ônibus e de suas operações, darei um puxão no volante, a fim de direcionar à parte que interessa mais a muitos de nós, colecionadores: a pluralidade.
Como dito na última postagem do Jorge, há um domínio da Marcopolo. Ele nada mais é que o reflexo de uma nova filosofia de mercado, onde as “grandes cabeças” (JCA, Abilio, Jacob, Constantinos) andam engolindo as menores e, muitas vezes, acabam por comprar lotes gigantescos de veículos para as renovações periódicas – em que todos são iguais, para facilitar a manutenção em geral. Onde o charme vai por água abaixo.
Exemplo prático: Paradiso 1050 hoje está para a 1001 do mesmo modo que Flecha Azul já esteve para a Cometa. Mas, cá pra nós: isso é coisa de empresa grande.
Observaremos Pato Branco, no sudoeste do Paraná. Lembro-me de, há algum tempo, ter discutido com o próprio Jorge a respeito da quantidade de ônibus em operação na cidade, em relação a uma capital. É verdade que lá tem bem mais (São Paulo e seus 15 mil, só pra ilustrar), porém, aqui há uma bela graça: são poucas configurações repetidas, e, pra um “forasteiro”, é praticamente impossível garantir registros de todas. Sim, em Pato Branco temos pluralidade. Em São Paulo, por outro lado, por mais que também hajam inúmeras variações entre veículos e empresas, por dentro é tudo igual; e tem outras dezenas do mesmo, mudando só prefixo e placa – vem a conhecida ideia de alterar esses elementos no Paint.
O pessoal dos registros carro-por-carro aceita a caça numa boa. Agora, o time espartano (“dois de cada configuração já tá valendo”), bem a minha cara, aprende o carro-por-carro na marra. Porque, mesmo sendo o mesmo modelo – pegando os Torino GV e 99 como exemplo, que tem de penca por aqui  – existe algo que definitivamente diferencia um do outro, portanto, é  mais que justo pegar todo mundo.
Apesar de sempre ter existido uma filosofia no carro-a-carro que merece atenção, segundo o cara da BusPF: “vai que pega fogo?!”
Como em toda mistureba, tem os de uma linha só, os reservas, os que rodam o dia todo, os que só saem no pico, etc. Isso ajuda a ficar ainda mais interessante a busca pela documentação fotográfica da frota inteira.
Isso se aplica às empresas locais. Resumirei detalhes:

Trans Angelo – 13 carros, sendo: 9 Torino (quatro GV, três 99 e dois 2007, sem padrões repetidos), 1 Viale, 1 Citmax, 1 Apache Vip e 1 Svelto 2012. A minha coleção, desta empresa, só consegui terminar depois de MAIS DE UM ANO na cidade. Enquanto alguns estão todos os dias à mão, outros ficam meses escondidos na garagem, operando em “temporadas”, como uma série de TV. Sai, roda alguns dias, semanas, e depois retorna à “geladeira”.
LP Transporte Coletivo – É a menos difícil. Boa parte dos seus 19 carros roda nos picos escolares; no entanto, há um que raramente vai ao centro da cidade e outro que vive trocando de linha. Sua frota é majoritariamente de Comil (Svelto 1996, 2000 e 2008), mesclada com Marcopolo (Torino GV e 99), Mascarello (Gran Via), Busscar (Urbanus 1995) e Ciferal (Citmax).

Bran Tur – Essa é complicadíssima; dos seus oito metropolitanos (intermunicipais urbanos, como o suburbano ARTESP), apenas três circulam com grande frequência. Outros quatro aparecem esporadicamente, e o último só roda na época do natal (ou, bem, em ocasião especialíssima, afinal só no natal o vi rodar). São eles: dois Svelto 2008, três 2000, um Urbanuss (ex Salineira), um Viale (ex Jabour) e um Mega (ex Lourdes). Como na Angelo, nenhum carro é igual a outro.
O setor rodoviário também faz pegadinhas, mas iremos desconsiderá-lo, tanto para ela quanto para a Cattani.

Cattani Sul – A empresa fundada por José Cattani, que dá nome ao atual terminal rodoviário da cidade, inaugurado na década de 1990, não tem disso no metropolitano – afinal, tem só três carros (um Torino 99, outro 2007 e um Citmax, este que fica em Francisco Beltrão, a 1 hora daqui).
Olhando atentamente a toda essa distribuição operacional, chega-se à conclusão que havia citado anteriormente: apesar de não passar de cinquenta carros, Pato Branco é uma cidade onde dá gosto de ser um colecionador; você pega a parte mais relax, e sofre pra pegar o resto. Existem tantas outras como esta, espalhadas no território nacional, muitas vezes deixadas de lado em detrimento das médias e grandes metrópoles – onde, invariavelmente, encontramos veículos “comuns” (chassis e carrocerias dentro de indiretos “padrões”).
E lá vai o exemplo de Goiânia e seus 753 Apache Vip, em 2008.
Onde você pode ver as empresas que falei aqui (para complementar a postagem):
Blog BusPR (Gustavo Saggin) - http://buspr.blogspot.com.br/
BusPF (João H. Zoehler Lemos) - http://www.astbus.com.br/buspf/
Galerias das empresas citadas no Ônibus Brasil.

Sem mais até o momento, e até a próxima (no meu blog).

Por Marcelo Castro




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